Considerada a porta do deserto, a cidade fica na rota que liga Marraquexe ao deserto. Muitos dos que ali passam vão nesse sentido e, tendo poucas horas disponíveis para explorar o local, importa saber o que fazer em Ouarzazate e os locais em que valerá apena investirmos o nosso tempo.
Esta cidade no situada no Sul do país, na região Souss-Massa-Drâa, tem cerca 60 mil habitantes e caracteriza-se, como é habitual nesta zona de Marrocos, pela arquitetura ocre e vários Kasbahs (casas fortificadas), tão imponentes quanto belos. É um ponto de paragem para a maioria turistas que procuram uma experiência no deserto.
Mas Ouarzazate encerra uma novidade que a distingue das outras cidades do país. Para além de ser conhecida “como porta do deserto”, é ainda apelidada de Hollywood de Marrocos. Foi nesta cidade e nas suas imediações que vários filmes e séries de culto foram gravados. Entre estes figuram títulos como o Gladiador, Asterix ou Game of Thrones.
Então, com tão pouco tempo, como decido o que fazer em Ouarzazate?
Aqui a receita certa dependerá de cada um. Daquilo que já vimos em Marrocos, se já fomos a um deserto, se procuramos cultura, natureza ou se somo aficionados pela cinematográfica. Para ajudar a decidir vamos “passear” pelas opções disponíveis para ajudar a tirar conclusões.
Os Kasbahs em Ouarzazate
Ouarzazate tem várias opções mas, para aqueles param na cidade, no meio de um tour, vão de caras com o mais popular entre os Kasbahs: o Kasbah de Tauorirt. É uma estrutura impoente que, sem dúvida, convida a uma visita.
A estrutura imponente, que fica localizada numa zona central da cidade e próxima do múseu do Cinema, é um composta por um vasto número de quartos, halls e salas, organizadas numa disposição semi-labiríntica. À entrada é provavel que algum local se ofereça como guia, sugerindo que por nossa conta nos vamos perder. Diga-se, a menos que o nosso sentido de orientação seja mesmo muito fraco, um guia não será necessário.
No seu interior vamos deambular de sala em sala, apreciar alguns detalhes arquitétónicos e algumas paisagens, a partir das muitas janelas. De resto, o Kasbah está completamente vazio e tem não apelos maiors. A entrada custa 20 dirahms, pode ser visitado em cerca de 30 minutos, todos os dias, entre as 9 da manhã e as 7 da tarde.
A cidade conta ainda com outros Kasbahs, como o de Tifoultoute e o das Cegonhas, que não justificam uma paragem se tivermos pouco tempo. E, se temos tempo e ainda não tivermos conhecido, talvez o faça mais sentido visitar o de Ksar de Ait-Ben-Haddou. Esse, que os amantes de Game of Thrones vão reconhecer, valerá a pena sem dúvida. Fica apenas a 30 quilometros de distância e para quem não conhece deve constar da lista sobre o que fazer em Ouarzazate. Entretanto, podemos ficar a saber mais sobre o local no nosso artigo completo sou Ait-Ben-Haddou.
Para os amantes do cinema, o que fazer em Ouarzazate?
A cidade faz juz ao seu apelido de “hollywood” de Marrocos. Na sua zona central, do outro lado da rua do kasbah de Taourirt, encontramos o Museu do Cinema. Para quem apenas tem um dia, é a solução para sentir a cultura cinematográfica da cidade. Vamos encontrar cenários e objetos usados em vários filmes e ser surpreendidos pela quantidade de filmagens que tiveram lugar na cidade e imediações.
O museu pode ser visitado todos os dias entre as 8 e as 18 horas. O bilhetes para adultos custam 30 dirhams (2,75€ / R$14) e, para crianças, 15 dirhams (7€ / R$1,5).
O museu pode ser visitado todos os dias entre as 8.15 e as 18.45h mas no inverno fecha uma hora mais cedo. O bilhetes para adultos custam 50 dirhams (4,6€ / R$24) e, para crianças, 35 dirhams (3€ / R$17).
Para quem não ficar safisfeito é ainda possivel visitar os estúdios Atlas, que podem ser visitados todos os dias entre as 8.15 e as 18.45h, mas no inverno fecha uma hora mais cedo. O bilhetes para adultos custam 50 dirhams (4,6€ / R$24) e, para crianças, 35 dirhams (3€ / R$17). Ficam na periferia da cidade, a cerca de 7 quilómetros do museu do cinema.
Medina Tassoumat e Praça Al-Mouahidine
A medina, localizada perto de uma das entradas da cidade, é uma zona menos turistica e mais genuina de Ouarzazate. A aquitetura e a azáfama tão caracteristicas daquela região de Marrocos, tornam-a um ponto a considerar na nossa lista de coisas para fazer em Ouarzazate.
A Praça Al-Mouahidine, à imagem da Praça Jemaa El-Fna em Marraquexe, é o coração de Ouarzazate. Com muita gente e comercio, movimenta multidões diariamente. É um local para passar uma hora, a beber um chá enquanto se observam as “andanças” dos locais, ou para fazer algumas compras.
O que fazer em Ouarzazate, ao domingo?
Para além de todas as opções que já enumerámos, todos os domingos há um souk que pode valer a pena visitar. O mercado que semanalmente toma o lugar do Souk Hebdomadaire, é pouco turístico e muito real. É uma oportunidade para nos perdermos entre cheiros e cores, durante uma ou duas horas, tal como em muitos dos souks de Marraquexe.
Outras locais para visitar em Ouarzazate, para quem tem mais tempo:
- Oásis Fint: Localizado a cerca de 15 quilómetros da cidade, conjuga muito daquilo que imaginamos quando pensamos num oásis. Um cenário árido com um corpo de água preciosa, que alimenta alguma vegetação luxuriante. O Oásis Fint, mergulhado num vale e à sombra de algumas montanhas, é isso tudo. A única coisa que poderá ficar um pouco abaixo das expectativas é o solo. Não vamos encontrar um oásis num deserto de areia mas, antes, num deserto rochoso.
- Reserva Natural de Iguernan: Um zona protegida e muito inóspita, ideal para os amantes da natureza, ou não… Não se pode esperar uma faúna e flora muito rica e diversificadas numa zona desértica mas, concerteza, no que toca a paisagens, não nos vamos desiludir.
Agora que já sabemos o que fazer em Ouarzazate, importa descobrir como lá chegar
- Alugar um carro: Para ser uma escolha acertada deveremos ter tempo de sobra para encaixar alguns imprevistos. A partir de Marraquexe são quase 200 quilómetros de estradas complicadas, com muitas zonas em obras e com condutores duvidosos. Deverá demorar cerca 5 a 6 horas a fazer a viagem.
- Contratar carrinha e motorista. Quando estamos grupo de 5 ou 6 pessoas, contratar um motorista e uma carrinha exclusiva pode ser a escolha certa. Mantemos alguma liberdade mas temos menos preocupações.
- Incluido num tours ao deserto de Zagora. Existem muitas opções, mais ou menos caras e luxuosas. É uma solução para quem viaja sozinho ou a dois, não se justificando alugar um carro ou um serviço como o anterior. Aqui, o transporte é feito em pequenos autocarros, com 17 pessoas. O trajeto e as paragens são rigorosas e dificilmente um motorista acede aos caprichos de alguém, mesmo que aflita para ir à casa de banho. É de lembrar que estas viagens podem demorar até 12 horas, em estrada de montanha e com muito calor. Mas valem a pena, é só para avisar. A grande vantagem são as paragens em vários locais interessantes, como o Kasbah de Télouet, um castelo no Alto Atlas e o Ksar de Ait-Ben-Haddou | O Alcácer mais bem preservado de Marrocos.?
Dicas importantes
- Em qualquer local de paragem seremos interpelados por locais a oferecerem-se como guias ou ajuda. É preciso lembrar que em Marrocos isso acaba em extorção. Normalmente, sem aviso prévio é nos cobrado um valor excessivo.
- Indo de carro por nossa conta devemos estar conscientes do tipo de estrada percorrer. Para além disso o tipo policia, provavelmente corrupta, que provavelmente nos vais arranjar algum tipo de problema.
- Se escolhermos um tour, há que saber que vamos fazer uma viagem extenuante, com paragens e liberdade limitadas.
Nasci em 1982, cresci no Alentejo e, depois de 7 anos a viver em Coimbra, acabei por me estabelecer no Porto, onde vivo desde 2007.
Sou formado em filosofia mas, mais recentemente, estudei marketing digital. O que aprendi neste trajeto, aliado à paixão por viajar e pela partilha de experiências, motivou a criação e está na génese da Backpackers Bay. Um espaço onde vou partilhando as minhas experiências, algumas sugestões e dicas. Com o avançar do tempo espero conseguir cobrir todos os destinos que fui visitando, como a Tailândia, a Índia, o Cambodja, a Indonésia, a Tunísia, Marrocos, Espanha, França, Inglaterra, Suiça, Alemanha, Eslovénia, Grécia, Roménia, Bulgária, Turquia, entre outros, assim como aqueles que espero visitar no futuro.
Para além das viagens, sou um apaixonado por slackline. Aproveito para vos deixar um convite/desafio para conhecerem o meu outro blog: o All About Slackline e, quem sabe, para experimentarem a modalidade.
Boa Viagem…