A praça Jemaa El-Fna é, entre os inúmeros encantos encantos e apelos de Marraquexe, aquele que é digno de maior de destaque. Absolutamente central, situada no coração de uma cidade considerada património mundial pela Unesco, é o local mais carismático e onde podemos testemunhar, plasmada na sua plenitude, a cultura e identidade locais..
Esta praça é tão animada e volátil que, para mergulhar na sua essência, devemos visitá-la de dia, ao pôr do sol e à noite. Ela transforma-se, como se de um organismo vivo se tratasse. A nossa percepção será sempre incompleta se não lhe dedicarmos a nossa atenção em cada um deste períodos do dia.
A praça Jemaa El-Fna é realmente riquíssima em termos culturais e históricos. Para além de ter sido o local de uma mesquita, hoje desaparecida, foi também conhecida como a “assembleia dos mortos”. É irónico, e até difícil, imaginar que um local com tanta vida foi, outrora, conhecido como a praça dos mortos.
Era ali que os condenado à morte enfrentavam o seu destino macabro. E, “para ajudar à festa”, após a sua execução, as cabeças decapitadas eram expostas com o intuito de dissuadir aqueles que faziam do crime um estilo de vida. Mas, felizmente, é um passado tão remoto que não é possível enquadrá-lo no contexto atual da praça.
A praça Jemaa El-Fna de dia e de noite
Apesar de lá termos chegado com expectativas altas, a praça Jemaa El-Fna não deixou a desejar em nada. Durante o dia os grandes protagonistas são os faquires e os encantadores de serpentes, que tomam conta do local, chamando a atenção dos muitos turistas que por ali deambulam, meio perdidos naquele local mágico. As serpentes, imponentes e quase estáticas, despertam-nos os sentidos e mantêm-nos alerta num lugar com mil e uma distrações.
Milhares de pessoas circulam em todos os sentidos, bancas de venda improvisadas no chão oferecem souvernirs e assinalam o caminho, enquanto outras vendem fruta e iguarias locais. Estes são os principais motivos para passar por ali durante o dia e faz sentido fazê-lo no nosso trajeto entre outros locais a visitar, ali nas imediações.
O pôr do sol na praça Jemaa El-Fna
O final do dia é marcado por um dos momento mais emblemáticos e populares da praça. Um pouco antes do pôr do sol, os turistas preenchem os vários restaurantes e bares com terraços e vistas privilegiadas para testemunhar o momento. Nessa altura as cores alteram-se e a luzes das bancas acendem-se, enquanto a noite cai e o movimento de pessoas persiste lá em baixo. Vale bem a encontrar um bom local, uma ou duas horas antes, para garantir a vista ideal. Este será, com grande probabilidade o ponto alto do dia.
A noite
Por esta altura a praça transfigura-se, com coisas boas e outras nem tanto. Se por um lado os restaurantes improvisados , que foram montados durante a tarde, te atacam com uma equipa de vendedores chatos como tudo, por outro, nas suas costas, formam-se dezenas de grupos pequenas rodas para tocar música. Lá no meio, das rodas, há quem cante, quem toque jambé e quem dance. O que salta aos olhos, ou melhor, ao ouvidos, é a confusão de sons que se misturam. É a loucura instalada, num caos divertido e com boa “vibe”. Nunca havíamos visto nada do género, em local nenhum.
O que não fazer e os cuidados a ter
Antes de mais há que ter cuidado com os carteiristas. Estão por todo o lado e são exímios na sua arte. Evitar ter coisas de valor “à mão” porque, na primeira distração, desaparecem facilmente. Se tivermos de ter coisas nos bolsos, que seja nos da frente e se andarmos de mochila devemos prender os fechos de alguma forma. Tentaram abrir a nossas várias vezes, na ruas que vão dar à praça, mais mais apertadas, com mais gente e confusão.
Outra recomendação é que se evite os tais restaurantes improvisados e que estão numerados. Sabemos que é fácil ser vencido pelo cansaço, com vendedores tão chatos mas, não duvidem, a comida não vale nada, principalmente considerando o preço. O que vale a pena é procurar um restaurante numa das ruas menos movimentadas, em redor da praça. O mesmo se aplica na hora de comprar souvenirs. É preferivel explorar os souks nas imediações da praça, à procura de melhores preços.
Para além disso, devemos tem em conta que vamos ser muito solicitados, por locais, para muitas coisas, para sermos guiados, para tirar fotografias a uma banca, uma cobra ou uma pessoa. É importante lembrar que ali nada é de graça e que nos podem cobrar dinheiro pela coisas mais absurda.
Localização e como à praça Jemaa El-Fna
A praça é absolutamente central, estando localizada na medina, e parece que todos os caminho lá vão dar. Desde que estejamos num local central, não teremos problemas em lá chegar.
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Nasci em 1982, cresci no Alentejo e, depois de 7 anos a viver em Coimbra, acabei por me estabelecer no Porto, onde vivo desde 2007.
Sou formado em filosofia mas, mais recentemente, estudei marketing digital. O que aprendi neste trajeto, aliado à paixão por viajar e pela partilha de experiências, motivou a criação e está na génese da Backpackers Bay. Um espaço onde vou partilhando as minhas experiências, algumas sugestões e dicas. Com o avançar do tempo espero conseguir cobrir todos os destinos que fui visitando, como a Tailândia, a Índia, o Cambodja, a Indonésia, a Tunísia, Marrocos, Espanha, França, Inglaterra, Suiça, Alemanha, Eslovénia, Grécia, Roménia, Bulgária, Turquia, entre outros, assim como aqueles que espero visitar no futuro.
Para além das viagens, sou um apaixonado por slackline. Aproveito para vos deixar um convite/desafio para conhecerem o meu outro blog: o All About Slackline e, quem sabe, para experimentarem a modalidade.
Boa Viagem…